quinta-feira, 11 de agosto de 2011

SHORT SELLING


 
Nós ouvimos constantemente falar nas notícias “os mercados”, “o mercado”, “os investidores”, etc. Mas quem é o mercado? Quem são os investidores?! Estes ilustres anónimos que jogam com a vida dos povos apenas e só apenas por dinheiro que se traduzem em milhões. Estes que jamais o conseguirão gastar pois esta vida é uma passagem, uma vez que nós não somos deste mundo.
Um dos métodos de especulação destes “mercados” é a operação de “Short Selling” que consiste na venda de acções por parte de um investidor que as pede antes emprestado. O objectivo passa por recompra-las mais tarde (a um preço inferior), entregar a quem as emprestou e ficar com a diferença.
Qual o problema deste caos hoje presente em quase todas as sociedades? O primeiro grande problema reside no facto de não termos a noção de que estamos no mundo, mas não somos deste mundo. Esta tragédia tem como consequência ver o mundo como o fim de tudo, eis porque vivemos na selvajaria da qual o chamado “mercado” é o melhor espelho. E ao ver o mundo como o fim último deixa de existir regra moral que condicione comportamentos. A única regra é o fim justiça os meios para ter lucros.
As rupturas revolucionárias, como 25 de Abril, provocam uma circulação das elites desde a promoção do talento que a revolução revela ao medíocre que se aproveita dela para se promover.
No caso de Portugal, verifica-se que efectivamente são muitos os medíocres que se aproveitaram e aproveitam-se do novo regime para se promoverem e lucrarem. Desde da arte a política, desde da economia a justiça, desde do jornalismo a cultura, desde da polícia às forças armadas, etc.
É esta gente que tem como regra de conduta de que o fim justifica os meios, fruto da perda da noção de que estamos no mundo, mas não somos do mundo, que levou a um vazio moral que atinge todos os níveis da actual sociedade ocidental, chegando mesmo a transpor para a lei tal vazio. Só assim se justifica como lei a homossexualidade, o aborto, a eutanásia, o consumo da droga, etc, etc.
É ainda esta gente que migra com toda a normalidade da política para as empresas e vice-versa, criando leis e mecanismos que favorecem toda este caos económico.
O que leva a permissão da especulação com o nome “Short Selling”? A promiscuidade que existe entre o poder político e empresarial. Por exemplo, Carlos Tavares, presidente da CMVM jamais irá investigar o “Short Selling” porque ele foi ministro, gestor de empresas e agora no actual cargo (político) não irá fazer mossa.
É esta gente que é simultaneamente político e donos de empresas, através de participações que têm nelas, que muitas vezes são os que estão por detrás deste “Short Selling” com o fim de obter lucro.
Gente cujos povos que governam não são o fim, mas o meio para se promoverem e lucrarem. Os povos são apenas peões dos seus jogos de poder quer político, quer económico.
A sociedade hoje está repleta desta gente medíocre que transformou a vida num pântano e como porcos têm prazer nele. É esta gente que a desgraça de milhões de pessoas é indiferente, desde que o objectivo do lucro seja atingido.
Portugal hoje está contaminado por esta gente que vive da promiscuidade entre a política e o mundo empresarial.
São cloacas de corrupção com aparência de virtude, de competência, de honestidade e de integridade.
A justiça dos homens não existe, é uma ficção, por isso estas cloacas de corrupção passam incólumes pela vida. Porém, chegado a Vida encontram a Justiça e haverá choro e ranger de dentes, mas tarde para arrependimento.
Esta vida é um momento, a Vida é uma eternidade. As cloacas da corrupção serão o choro e ranger de dentes da eternidade.

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