sábado, 31 de maio de 2014

CANONIZAÇÕES

UMA REFLEXÃO
(Canonizações)

A Igreja canonizou o Papa João Paulo II e o Papa João XXIII. Prepara-se agora para canonizar o Papa Paulo VI.
O que está por detrás destas canonizações? A santidade das pessoas ou a utilização das mesmas para outro fim? Qual o real objectivo destas canonizações?
O Papa João XXIII foi o Big Bang da crise que eclodiu na Igreja. O Papa João Paulo II foi o pai dos Encontros de Assis, a babel.
O Papa Paulo VI o pai da trágica reforma litúrgica.
Se atendermos os critérios, antes do Concilio Vaticano II, jamais estes três Papas seriam canonizados precisamente pelos graves erros, atrás referidos. Porquê? Porque as canonizações não preenchem as condições exigidas pelo Concílio Vaticano I para garantir a infalibilidade de um acto pontifício.
No novo processo o exame de não-culto é somente “de visu“, isto é, a olho, e o exame “De scriptis” se limita ao que foi publicado de modo impresso, não se examinando manuscritos. Também no novo processo foi abolido o chamado “advogado do diabo“, isto é, o acusador, de modo que o novo processo se faz examinando uma biografia positiva do Servo de Deus, cuja causa está em exame.
O Papa João Paulo II foi um homem que deu imagem de santidade, particularmente nos últimos dias da sua vida que foram heróicos. Contudo, a gravidade dos Encontros de Assis seria o suficiente e o bastante para não ser canonizado se atendermos aos critérios, antes do Concilio Vaticano II. Temos assim, que para a Igreja Conciliar tais erros não são impeditivos para serem canonizados, já para a Igreja, antes do Vaticano II, seriam de todo impeditivos.
Os Encontros de Assis, à luz do anterior magistério e da doutrina católica, são um acto gravíssimo porque, entre vários erros, atenta contra o Primeiro Mandamento de Deus.
Há quem justifique os Encontros de Assis com o legitimo progresso do magistério. Mas este não deve ser continuidade do anterior? A legitimidade não assenta na continuidade do depósito da fé recebido e na fidelidade a Tradição Teológica?
Os Encontros de Assis preenchem esses requisitos? Evidentemente que não.
Entretanto estamos a beira de mais uma canonização, a do Papa Paulo VI. Sobre este Papa existem três obras, com vasta documentação e factos sérios, que desencorajaram o Papa João Paulo II a dar o passo da canonização.
O Papa Paulo VI foi o combustível do Big Bang de João XXIII. Paulo VI incendiou o edifício, assistiu ao incêndio e a destruição do mesmo e nada fez, qual Nero dos tempos modernos.

Passados 50 anos, ainda hoje a Igreja sofre as consequências deste incêndio: a reforma litúrgica. Como é possível canonizar um Papa que protestanizou a Santa Missa?
Face a isto, levanta-se a questão: Se não são as pessoas que se quer canonizar, então o que se pretende com estas canonizações?
É para todos evidente que a Igreja está numa gravíssima crise, a maior de todos os tempos.
Lutero com a sua “reforma” não conseguiu a magnitude da actual crise da Igreja. A revolta ou a revolução de Lutero foi extra-corpo. Foi um vírus que fez muito mal, mas que o corpo da Igreja conseguiu barrar a sua entrada. A Igreja ficou de cama, mas levantou-se.
O que se passa hoje? A resposta está no Vaticano II. Há neste Concílio um mistério de iniquidade permitido por Deus, talvez como castigo.
Em que consiste este mistério de iniquidade? Misteriosamente o Vaticano II acolheu o vírus que há 500 anos atacou a Igreja, e que esta soube defender-se.
Estranhamente, numa atitude incompreensível e até suicida, por ora, misteriosa, a Igreja, com o Vaticano II, injecta nela própria, nas suas veias, o vírus de há 500 anos. Se há 500 anos ela ficou de cama, hoje ela está moribunda, agonizante.
Mas, o mais extraordinário, é que ela acha que está com saúde, um estado saudável como nunca teve.
Temos aqui a situação do doente que se apaixona pela sua própria doença. Isto é, encontra-se no estado de Stockholmssyndromet, também conhecido pelo Síndrome de Estocolmo. A vítima tenta identificar-se com o raptor. No caso da Igreja, esta tenta identificar-se com a doença.
Quando assim é, evidentemente que a cabeça está gravemente doente. Quem é a cabeça deste corpo que é a Igreja? Todos sabemos que é Cristo. Mas a cabeça visível, pela qual Cristo rege, é o Papa, bispos e presbíteros.
Havia um cantor português, António Variações, que tinha e tem uma música cujo título é “Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga”. Curiosamente foi o que aconteceu com ele. Morreu de sida.
Temos então todo um corpo a sofrer porque a cabeça não tem juízo. Tal é a gravidade desta perda de juízo que transformou os pastores em lobos. Destes há os que têm consciência que o são. Outros há, que não têm consciências que se transformaram em lobos, devido a cegueira espiritual, em consequência da circulação do sangue envenenado pelo vírus que entrou através do Vaticano II. Por último, temos os que tendo consciência deste veneno, e dos lobos, por medo destes tornaram-se cúmplices dos mesmos por covardia, por medo, por respeitos humanos, por uma deficiente noção de obediência, por interesses pessoais e, por fim, a soma disto tudo, por falta de fé.
A geração episcopal e Presbestial do espirito do Vaticano II, na sua grande maioria, serão réus de morte diante do juízo de Deus.

De Santo Afonso de Ligório, no livro "A Selva", lê-se que S. João Crisóstomo tem por condenado o padre que no tempo do seu sacerdócio comete um só pecado mortal: Se pecardes como particular, será menor o vosso castigo; se pecais no sacerdócio, estais perdido.
São em verdade terríveis as ameaças, que o Senhor profere pela boca de Jeremias contra os padres que pecam: Estão manchados o profeta e o sacerdote, e eu encontrei na minha casa a iniquidade deles, diz o Senhor. Por isso o seu caminho será como um atalho escorregadio e coberto de trevas.
Pela boca de Ezequiel: Coloquei-vos sobre o monte santo de Deus… e vós pecastes; e eu vos expulsei do monte de Deus, e vos entreguei à ruína. Vós que sois padres, diz o Senhor, eu vos estabeleci sobre a montanha santa, para serdes os faróis do universo: Sois vós a luz do mundo. Uma cidade assente no cimo duma montanha não pode estar escondida.
S. Jerónimo diz: Nenhuma besta há no mundo mais feroz que um mau padre, porque esse não se quer deixar corrigir. E o autor da Obra imperfeita: Os leigos facilmente se emendam, mas um mau eclesiástico é incorrigível.
Cinquenta anos passaram depois do Vaticano II e os factos desmentem, até a saciedade, a primavera pentecostal da Igreja. Pelo contrário, surgiu um inverno tenebroso que tem feito muitas vítimas, quer no povo de Deus, quer no próprio corpo sacerdotal. Cinquenta anos depois do Vaticano II, é indesmentível que a Igreja está moribunda.
Então qual o sentido e o objectivo destas canonizações? Este gesto, estas iniciativas, fez-me vir à mente aquela passagem bíblica da Escritura em que o Anti-Cristo em desespero de causa para convencer e credibilizar-se eleva-se aos céus. Sei que a imagem é forte, mas foi a que me veio à mente. Uso a mesma como analogia.
Vejo assim que as actuais canonizações são um acto de desespero para credibilizar o Concilio Vaticano II. É a síndrome de Estocolmo que confirma a identificação com a doença, quando é evidente que esta deu muitos maus frutos à Igreja. Contudo, misteriosamente, esta apaixonou-se e identificou-se com a doença.
Face a isto é pertinente perguntar como é possível que o Espirito Santo permitiu tal coisa?
Bem, se olharmos para a história da Igreja vemos que também o Espirito Santo permitiu Papas devassos, assassinos, tenebrosos e maus, bem como outros acontecimentos infelizes.
O Vaticano II é, dentro da história dos Concílios da Igreja, um concilio atípico e, por isso, único, fugindo à Tradição.
Porque permitiu o Espirito Santo tal acontecimento? Por castigo dos nossos pecados? Muito provavelmente.
Verificamos que a Igreja, saída do Vaticano II, conhecida hoje como Igreja Conciliar, tem resistência à Tradição no sentido do antes Vaticano II. Verifica-se ainda que ela combate a Tradição e persegue a mesma. Para a Igreja Conciliar a Tradição é o Vaticano II, que resume nele tudo o que foi dito antes. Portanto, Tradição é o Vaticano II e este é a Tradição. É como que se a Igreja tivesse nascido a partir do Vaticano II. Por isso, ela hoje é conhecida como a Igreja Conciliar. É assim notório a existência de ideias revolucionárias no Vaticano II que se caracteriza por uma ruptura com o passado, uma recusa da experiência acumulada durante séculos (a missa tridentina ou a missa de sempre). Apaga-se tudo e recomeça-se de novo, baseando tudo na ideia que se tem das coisas (A missa de Paulo VI). 
Porquê então este combate e perseguição a Tradição que a Igreja ensinou desde os Apóstolos até aos nossos dias? Porque voltar a Tradição é repor a Verdade litúrgica no seio da Igreja, o que provocará uma luta doutrinal contra o erro.
Por isso se pode entender as palavras de Paulo VI ao seu amigo Guitton, em Setembro de 1976: Mas essa missa dita de São Pio V, como se a vê em Ecône, se torna o símbolo da condenação do Concílio. Ora, jamais aceitaremos, em nenhuma circunstância, que se condene o Concílio por meio de um símbolo. Se fosse acolhida essa excepção, o Concílio inteiro arriscaria de vacilar. E consequentemente a autoridade apostólica do Concílio”. 
Percebe-se assim porque a Igreja Conciliar mantém esta resistência a Tradição. A presença pública e autorizada do erro litúrgico no seio da Igreja, a missa de Paulo VI, provoca uma luta e resistência doutrinal contra a verdade. E tem sido essa a práxis da Igreja Conciliar perseguir tudo o que seja da Tradição, particularmente a missa do rito romano, também conhecido como gregoriana, tridentina ou de S.Pio V. Porque? Porque esta missa, conhecida também como a minha de Sempre, seria uma presença publica e clara da Verdade litúrgica no seio da Igreja o que, evidentemente, desmontaria o erro que está por detrás da missa de Paulo VI.
As canonizações dos Papas João XIII, João Paulo II e brevemente de Paulo VI em última análise não tem como fim os Papas visados, mas sim justificar com os mesmos a infalibilidade de uma época histórica que introduziu na Igreja a primazia da prática pastoral sobre a doutrina, da caritas (caridade) à frente da veritas (verdade). Tal praxis é totalmente contrária ao ensino do magistério da Igreja e dos Concílios desde os apóstolos até ao Vaticano II.
Perante tudo isto o que deve fazer o católico? Ser sedevanquista? JAMAIS! Isso é um erro terrível. Deve rezar ainda mais pelo Papa e pela Igreja. Não deve, de modo nenhum, difamar o Papa, deve sim combater o erro. Jesus quis que a Igreja fosse edificada sobre Pedro. Já tivemos Papas completamente devassos. É com Pedro que todo o católico deve estar, mesmo que este erre. A sua atitude deve ser a da oração por Pedro, pela Igreja e do combate ao erro.