sexta-feira, 22 de julho de 2011

PRESERVATIVO E SIDA!

Como sabemos pela Moral Católica, o amor conjugal manifestado na cópula conjugal tem duas vertentes: a unitiva e a procriativa (cfr. PAULO VI, Carta enc. «Humanae vitae», 25-07-1968, n. 12: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_25071968_humanae-vitae_po.html).

A vertente unitiva é aquela em que se realiza a cópula matrimonial, a expressão máxima e o ponto auge do Matrimónio (cfr. JOÃO PAULO II, Alocução na Audiência Geral de Quarta-feira, 05-01-1983, n. 2: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/1983/documents/hf_jp-ii_aud_19830105_sp.html), visto que é no coito que se realiza aquilo que Jesus disse: “Os dois serão uma só carne” (cfr. Mt 19, 5; cfr. ainda Gn 2, 24; Ef 5, 31; 1 Cor 6, 16). A outra vertente da cópula matrimonial é a sua dimensão procriativa, isto é, toda e qualquer cópula matrimonial deve estar sempre ao serviço da formação de uma futura nova vida humana (cfr. PAULO VI, Carta enc. «Humanae vitae», 25-07-1968, n. 11: http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_25071968_humanae-vitae_po.html).

De modo que nenhum casal fecundo pode dizer, em absoluto, depois da cópula consumada: “Ah, não esperávamos este filho!!!”. O chamado «abraço reservado», porque fecha o sexo à vida, é considerado pela Igreja Católica como pecado grave (cfr. SANTO OFÍCIO, Monição sobre o «abraço reservado», 30-06-1952: Dz 2340/DS 3907). Estes dois princípios (união e procriação) são de lei natural, de tal modo que nenhuma autoridade da terra, por mais respeitável que seja (p. ex., o Papa, o presidente dos Estados Unidos da América, a rainha do Reino Unido, etc.) poderá ab-rogar estes dois princípios. Ninguém e nunca. Nem que seja daqui a 200, 1 000 ou 10 000 anos, com um novo Papa. Os princípios de lei natural são princípios de natureza imutável que nem o pecado pode destruir (cfr. Catecismo da Igreja Católica, 11-10-1992, n. 1958: http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p3s1cap3_1949-2051_po.html).
Ora, a questão do preservativo é uma questão que viola e obstaculiza a dimensão procriativa, porque incentiva as consciências para um facilitismo e para uma libertinagem sexual. Daí que «usar o preservativo» é sinónimo de «egoísmo sexual» ou «luxúria». O uso das faculdades genitais – recorde-se que a palavra «genital» provém do verbo latino «geno», isto é, «gerar; procriar; produzir» – deve estar sempre aberto ao dom da vida.
O sexo, quando é usado, deve ser usado, no estado matrimonial, para a vida e não para a morte, para o egoísmo, para a desordem sexual, para a luxúria conjugal, para a fornicação, para a masturbação conjugal, para o vergonhoso e aberrante pecado de irrumação, etc. Deus criou-nos sexuados para um bem maravilhoso: a vida. Esta é a maravilha do sexo: a vida. Por isso, os casais fecundos são co-criadores com Deus, como dizia o Servo de Deus Papa João Paulo II (cfr. JOÃO PAULO II, Homilia na solene Missa concelebrada no «Trans World Dome», em São Luís, por ocasião da viagem apostólica aos Estados Unidos da América, 27-01-1999, n. 5: http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/homilies/1999/documents/hf_jp-ii_hom_19990127_stlouis_po.html). O sexo está orientado para a vida, ainda que Deus tenha concedido à natureza humana certo bem-estar ou prazer para facilitar o grande dom da procriação. Mas o prazer não é fim: é meio. E, por isso, deve ser usado como meio e não como fim. Quando se procura o prazer sexual como fim entra-se no campo da desordem e da luxúria, seja entre solteiros ou em casados. Por lei natural, a doutrina católica é esta.

Portanto, o uso do preservativo, em vez de tentar prevenir a sida, fomenta mais luxúria e, por isso, fomenta mais sida. Em resumo: não resolve radicalmente a doença da sida. É um falso meio e… paliativo. É como apagar fogo com gasolina. Ora, a sida combate-se com castidade e não com o preservativo que fomenta a luxúria (cfr. http://www.zenit.org/article-21098?l=portuguese; cfr. ainda http://www.zenit.org/article-21109?l=portuguese). Por isso, quando há peditórios na rua para debelar a sida, não dou dinheiro, porque, com esse dinheiro, são produzidos mais preservativos e estes, por sua vez, estando no comércio, fomentam mais luxúria e esta, a luxúria, fomenta mais sida que, por sua vez, busca mais preservativos. E anda-se nisto. É um círculo vicioso.Estas são as considerações gerais.
Mas agora perguntamos: e em casais infecundos e, ainda por cima, com sida? Deverão ambos usar o preservativo, um masculino e outro feminino? Ora bem! A finalidade do preservativo é, como a própria palavra o diz, preservar, defender, desviar ou evitar a formação de uma nova vida humana e, por isso, contradiz a natureza intrínseca da cópula. Daí o seu uso ser um pecado grave ou abuso da liberdade (isto é, libertinagem). Por isso, pecam gravemente os doentes de sida, se, na cópula, usarem preservativo, mesmo para evitar o contágio da doença, porque encerram a cópula na sua única dimensão hedonista e não vital, como devia ser.
Além disso, «ser casado» não significa ser «tarado(a) sexual», porque a virtude da continência é um fruto do Espírito Santo (cfr. Gal 5, 23) e os casados estão obrigados a ela. Caso contrário, o casal, sem autodomínio, estaria repleto de filhos. Bem diz o ditado popular: “Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga”.Então, e em casais perpetuamente infecundos? Poderão ou não usar preservativos? Sobre este caso concreto (infecundidade vitalícia comprovada), o Magistério da Igreja Católica ainda não se pronunciou directa e concretamente sobre o uso ou não do preservativo. Talvez mantenha o silêncio para evitar que se cometam outras imprudências. Mas logicamente tudo indica, à primeira vista, que não é imoral. Porquê? Porque, neste caso, o preservativo não exerce a sua função de evitar a procriação (que seria intrinsecamente mau), mas apenas de evitar a sida, quando um dos cônjuges a possui, assim como se usam medicamentos ou próteses para auxiliar a vida de uma pessoa. Mas o Magistério da Igreja que se pronuncie.

Os pastores das almas, devem ser prudentes e estarem calados para evitar ulteriores confusões doutrinais e, sobretudo, para não contradizer o Magistério da Igreja, de que ele é servo e súbdito. Muitos para agradarem o espirito do mundo o receberem os seus aplausos contradizem a doutrina da moral católica. Mais. Os deputados franceses afirmaram que as palavras de Bento XVI sobre o preservativo – aquando da sua ida a África – foram manipuladas para o mal, como se o Papa fosse insensível ao sofrimento de muitos milhões de pessoas com sida (cfr. http://www.zenit.org/article-21136?l=portuguese). É certo que a Igreja é Mãe e ajuda todos os doentes – mesmo os doentes de sida – , mas, acima de tudo, dá meios para os seus filhos não pecarem, porque o pecado, por venial que seja, é mais grave que qualquer doença psicossomática. O pecado, porque pertence à ordem espiritual, é uma doença muito pior que a lepra, tuberculose, malária ou sida. E isto é o que se espera de um bispo ou padre: que dê uma resposta em consonância com a doutrina da Igreja Católica, não contradizendo inclusive o próprio Santo Padre.

Autor: O Pedro

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