UMA REFLEXÃO
(Canonizações)
A
Igreja canonizou o Papa João Paulo II e o Papa João XXIII. Prepara-se agora
para canonizar o Papa Paulo VI.
O
que está por detrás destas canonizações? A santidade das pessoas ou a
utilização das mesmas para outro fim? Qual o real objectivo destas
canonizações?
O
Papa João XXIII foi o Big Bang da crise que eclodiu na Igreja. O Papa João
Paulo II foi o pai dos Encontros de Assis, a babel.
O
Papa Paulo VI o pai da trágica reforma litúrgica.
Se
atendermos os critérios, antes do Concilio Vaticano II, jamais estes três Papas
seriam canonizados precisamente pelos graves erros, atrás referidos. Porquê?
Porque as canonizações não
preenchem as condições exigidas pelo Concílio Vaticano I para garantir a infalibilidade de um
acto pontifício.
No novo processo o exame de não-culto é somente “de visu“, isto
é, a olho, e o exame “De scriptis” se limita ao que foi publicado de
modo impresso, não se examinando manuscritos. Também no novo processo foi
abolido o chamado “advogado do diabo“, isto é, o acusador, de modo que
o novo processo se faz examinando uma biografia positiva do Servo de Deus,
cuja causa está em exame.
O
Papa João Paulo II foi um homem que deu imagem de santidade, particularmente
nos últimos dias da sua vida que foram heróicos. Contudo, a gravidade dos Encontros de Assis
seria o suficiente e o bastante para não ser canonizado se atendermos aos
critérios, antes do Concilio Vaticano II. Temos assim, que para a Igreja
Conciliar tais erros não são impeditivos para serem canonizados, já para a
Igreja, antes do Vaticano II, seriam de todo impeditivos.
Os
Encontros de Assis, à luz do anterior magistério e da doutrina católica, são um
acto gravíssimo porque, entre vários erros, atenta contra o Primeiro Mandamento
de Deus.
Há
quem justifique os Encontros de Assis com o legitimo progresso do magistério.
Mas este não deve ser continuidade do anterior? A legitimidade não assenta na
continuidade do depósito da fé recebido e na fidelidade a Tradição Teológica?
Os
Encontros de Assis preenchem esses requisitos? Evidentemente que não.
Entretanto
estamos a beira de mais uma canonização, a do Papa Paulo VI. Sobre este Papa
existem três obras, com vasta documentação e factos sérios, que desencorajaram
o Papa João Paulo II a dar o passo da canonização.
O
Papa Paulo VI foi o combustível do Big Bang de João XXIII. Paulo VI incendiou o
edifício, assistiu ao incêndio e a destruição do mesmo e nada fez, qual Nero
dos tempos modernos.
Passados
50 anos, ainda hoje a Igreja sofre as consequências deste incêndio: a reforma
litúrgica. Como é possível canonizar um Papa que protestanizou a Santa Missa?
Face
a isto, levanta-se a questão: Se não são as pessoas que se quer canonizar,
então o que se pretende com estas canonizações?
É
para todos evidente que a Igreja está numa gravíssima crise, a maior de todos
os tempos.
Lutero
com a sua “reforma” não conseguiu a magnitude da actual crise da Igreja. A
revolta ou a revolução de Lutero foi extra-corpo. Foi um vírus que fez muito
mal, mas que o corpo da Igreja conseguiu barrar a sua entrada. A Igreja ficou
de cama, mas levantou-se.
O
que se passa hoje? A resposta está no Vaticano II. Há neste Concílio um
mistério de iniquidade permitido por Deus, talvez como castigo.
Em
que consiste este mistério de iniquidade? Misteriosamente o Vaticano II acolheu
o vírus que há 500 anos atacou a Igreja, e que esta soube defender-se.
Estranhamente,
numa atitude incompreensível e até suicida, por ora, misteriosa, a Igreja, com
o Vaticano II, injecta nela própria, nas suas veias, o vírus de há 500 anos. Se
há 500 anos ela ficou de cama, hoje ela está moribunda, agonizante.
Mas,
o mais extraordinário, é que ela acha que está com saúde, um estado saudável
como nunca teve.
Temos
aqui a situação do doente que se apaixona pela sua própria doença. Isto é,
encontra-se no estado de Stockholmssyndromet,
também conhecido pelo Síndrome de Estocolmo. A vítima tenta identificar-se com
o raptor. No caso da Igreja, esta tenta identificar-se com a doença.
Quando assim é, evidentemente que a cabeça está
gravemente doente. Quem é a cabeça deste corpo que é a Igreja? Todos sabemos
que é Cristo. Mas a cabeça visível, pela qual Cristo rege, é o Papa, bispos e
presbíteros.
Havia um cantor português, António Variações, que
tinha e tem uma música cujo título é “Quando a cabeça não tem juízo, o corpo é
que paga”. Curiosamente foi o que aconteceu com ele. Morreu de sida.
Temos então todo um corpo a sofrer porque a cabeça
não tem juízo. Tal é a gravidade desta perda de juízo que transformou os
pastores em lobos. Destes há os que têm consciência que o são. Outros há, que
não têm consciências que se transformaram em lobos, devido a cegueira
espiritual, em consequência da circulação do sangue envenenado pelo vírus que
entrou através do Vaticano II. Por último, temos os que tendo consciência deste
veneno, e dos lobos, por medo destes tornaram-se cúmplices dos mesmos por
covardia, por medo, por respeitos humanos, por uma deficiente noção de
obediência, por interesses pessoais e, por fim, a soma disto tudo, por falta de
fé.
A geração episcopal e Presbestial do espirito do
Vaticano II, na sua grande maioria, serão réus de morte diante do juízo de
Deus.
De Santo Afonso de Ligório, no livro
"A Selva", lê-se que S. João Crisóstomo tem por condenado o padre que
no tempo do seu sacerdócio comete um só pecado mortal: Se pecardes como
particular, será menor o vosso castigo; se pecais no sacerdócio, estais
perdido.
São em verdade terríveis as ameaças, que o
Senhor profere pela boca de Jeremias contra os padres que pecam: Estão manchados o profeta e o
sacerdote, e eu encontrei na minha casa a iniquidade deles, diz o Senhor. Por
isso o seu caminho será como um atalho escorregadio e coberto de trevas.
Pela boca de Ezequiel: Coloquei-vos sobre o monte santo
de Deus… e vós pecastes; e eu vos expulsei do monte de Deus, e vos entreguei à
ruína. Vós que sois padres, diz o Senhor, eu vos estabeleci sobre a
montanha santa, para serdes os faróis do universo: Sois vós a luz do mundo. Uma
cidade assente no cimo duma montanha não pode estar escondida.
S. Jerónimo diz: Nenhuma besta há no mundo
mais feroz que um mau padre, porque esse não se quer deixar corrigir. E o autor
da Obra imperfeita: Os
leigos facilmente se emendam, mas um mau eclesiástico é incorrigível.
Cinquenta anos passaram depois do Vaticano II e os
factos desmentem, até a saciedade, a primavera pentecostal da Igreja. Pelo
contrário, surgiu um inverno tenebroso que tem feito muitas vítimas, quer no
povo de Deus, quer no próprio corpo sacerdotal. Cinquenta anos depois do
Vaticano II, é indesmentível que a Igreja está moribunda.
Então qual o sentido e o objectivo destas
canonizações? Este gesto, estas iniciativas, fez-me vir à mente aquela passagem
bíblica da Escritura em que o Anti-Cristo em desespero de causa para convencer
e credibilizar-se eleva-se aos céus. Sei que a imagem é forte, mas foi a que me
veio à mente. Uso a mesma como analogia.
Vejo assim que as actuais canonizações são um acto
de desespero para credibilizar o Concilio Vaticano II. É a síndrome de
Estocolmo que confirma a identificação com a doença, quando é evidente que esta
deu muitos maus frutos à Igreja. Contudo, misteriosamente, esta apaixonou-se e
identificou-se com a doença.
Face a isto é pertinente perguntar como é possível
que o Espirito Santo permitiu tal coisa?
Bem, se olharmos para a história da Igreja vemos
que também o Espirito Santo permitiu Papas devassos, assassinos, tenebrosos e
maus, bem como outros acontecimentos infelizes.
O Vaticano II é, dentro da história dos Concílios
da Igreja, um concilio atípico e, por isso, único, fugindo à Tradição.
Porque permitiu o Espirito Santo tal acontecimento?
Por castigo dos nossos pecados? Muito provavelmente.
Verificamos que a Igreja, saída do Vaticano II,
conhecida hoje como Igreja Conciliar, tem resistência à Tradição no sentido do
antes Vaticano II. Verifica-se ainda que ela combate a Tradição e persegue a
mesma. Para a Igreja Conciliar a Tradição é o Vaticano II, que resume nele tudo
o que foi dito antes. Portanto, Tradição é o Vaticano II e este é a Tradição. É
como que se a Igreja tivesse nascido a partir do Vaticano II. Por isso, ela
hoje é conhecida como a Igreja Conciliar. É assim notório a existência de ideias revolucionárias no Vaticano II que se caracteriza por uma ruptura com o passado, uma recusa da experiência acumulada durante séculos (a missa tridentina ou a missa de sempre). Apaga-se tudo e recomeça-se de novo, baseando tudo na ideia que se tem das coisas (A missa de Paulo VI).
Porquê então este combate e perseguição a Tradição
que a Igreja ensinou desde os Apóstolos até aos nossos dias? Porque voltar a
Tradição é repor a Verdade litúrgica no seio da Igreja, o que provocará uma
luta doutrinal contra o erro.
Por isso se pode entender as palavras de Paulo VI
ao seu amigo Guitton, em Setembro de 1976: “Mas essa missa dita de São Pio V, como se a vê em Ecône, se
torna o símbolo da condenação do Concílio. Ora, jamais
aceitaremos, em nenhuma circunstância, que se condene o Concílio por meio de um
símbolo. Se fosse acolhida essa excepção, o Concílio inteiro
arriscaria de vacilar. E consequentemente a autoridade apostólica do Concílio”.
Percebe-se assim porque a Igreja Conciliar mantém esta resistência a
Tradição. A presença pública e autorizada do erro litúrgico no seio da Igreja,
a missa de Paulo VI, provoca uma luta e resistência doutrinal contra a verdade.
E tem sido essa a práxis da Igreja Conciliar perseguir tudo o que seja da
Tradição, particularmente a missa do rito romano, também conhecido como gregoriana, tridentina
ou de S.Pio V. Porque? Porque esta missa, conhecida também como a
minha de Sempre, seria uma presença publica e clara da Verdade litúrgica no
seio da Igreja o que, evidentemente, desmontaria o erro que está por detrás da
missa de Paulo VI.
As canonizações dos Papas João XIII, João Paulo II e brevemente de
Paulo VI em última análise não tem como fim os Papas visados, mas sim
justificar com os mesmos a infalibilidade de uma época histórica que introduziu
na Igreja a primazia da prática pastoral sobre a doutrina, da caritas (caridade) à frente da veritas (verdade). Tal praxis é
totalmente contrária ao ensino do magistério da Igreja e dos Concílios desde os
apóstolos até ao Vaticano II.
Perante tudo isto o que deve fazer o católico? Ser sedevanquista? JAMAIS! Isso é um erro terrível. Deve rezar ainda mais pelo Papa e pela Igreja. Não deve, de modo nenhum, difamar o Papa, deve sim combater o erro. Jesus quis que a Igreja fosse edificada sobre Pedro. Já tivemos Papas completamente devassos. É com Pedro que todo o católico deve estar, mesmo que este erre. A sua atitude deve ser a da oração por Pedro, pela Igreja e do combate ao erro.
Perante tudo isto o que deve fazer o católico? Ser sedevanquista? JAMAIS! Isso é um erro terrível. Deve rezar ainda mais pelo Papa e pela Igreja. Não deve, de modo nenhum, difamar o Papa, deve sim combater o erro. Jesus quis que a Igreja fosse edificada sobre Pedro. Já tivemos Papas completamente devassos. É com Pedro que todo o católico deve estar, mesmo que este erre. A sua atitude deve ser a da oração por Pedro, pela Igreja e do combate ao erro.